Vimos sentindo os transtornos Todos sabemos do transtorno que a obras da Avenida Leitão da Silva tem causado. Pensamos no primeiro instante no trânsito carregado que se desloca para a Avenida Nossa Senhora da Penha e Avenida Maruípe. Essa leitura se estende, nos horários de pico, para as ruas do entorno imediato e interior do bairros põe à prova a paciência de todos nós e de seus moradores.
Para completar o caos, pouco temos visto da inteligência do controle de trânsito da capital, ações pontuais que possam dar mais fluidez ao tráfego. A percepção é de muitas Muitos são as duplas de guardas municipais sob as árvores com os ditos cadernos de multa na mão e raros são aqueles que de fato trabalham para intervir e garantir o melhor fluxo dos veículos.
Em paralelo, depois de tantos meses, a obra na avenida ainda continua, agora com menor interferência sobre o comércio, mas a morosidade exauriu as forças de que m tem seu ganha pão por lá. Há com toda a certeza uma condição de perda, não de ganho. Fato é que mesmo extensa, a avenida serve como arterial da cidade da Beira -Mar para a Avenida Fernando Ferrari e saída norte da cidade, junto com a, via Avenida Nossa Senhora da Penha e vice-versa . Sem essa conexão, ela perde muito do interesse e escolha do motorista e com isso o interesse no comércio local.
Para piorar, inseridos nesse universo reverso de ir e vir, pouco atentamos para a perda da qualidade e da imagem da avenida Leitão da Silva. A avenida se mantém mais acolhedora entre os bairros da Praia do Suá e Bento Ferreira. Há um canteiro, com algumas árvores, uma escala e proporção reconhecidas. A partir daí o que temos é uma avenida larga e cinza, sem vida, sem atrativos. Não percebemos o ganho, a melhoria do espaço.
As intervenções urbanísticas sobre a cidade de Vitória e praticamente sobre todas do estado tem assumido apenas o caráter viário. Precisamos equalizar essa tendência e equilibrá-la com ações que favoreçam a qualidade de vida e a imagem imageabilidade do ambiente tratado. Isso é urbanismo. A intervenção necessária carece de uma leitura maior, mais complexa, mas com ações simples sobre a proposta viária. Sim a imagem que tanto queremos, nasce de um estudo urbanístico e paisagístico, com a escolha dos materiais de piso das calçadas e da vegetação adequada para cada caso. A partir daí vem a proposta de um novo mobiliário que possa integrar e absorver toda a gama de informações urbanas, inclusive as viárias. Esse é o debate dos Instituto de Arquitetos-Urbanistas do ES: A busca da,mobilidade com qualidade de vida.
Essa verdade do “lessis more” deve ser perseguida, assim como a valorização dos canteiros, travessias, calçadas e ciclovias . Que resulte numa ambiência significativa e agradável, que lhe marque a urbanidade e justifique o investimento. A Avenida leitão da Silva merece esse tratamento em caráter de urgência, hoje ela é apenas uma avenida sem cara.
Eduardo Pasquinelli Rocio
Arquiteto urbanista / Vice-presidente do IAB-ES