Nas últimas décadas a questão Metropolitana tem sido tratada no âmbito do Governo Estadual e no meio acadêmico. Enquanto não for criada uma entidade representativa da Região Metropolitana, ainda teremos ações exclusivamente no âmbito do sistema de transportes. Sim o elo entre os municípios da região metropolitana resume-se no fluxo de veículos e da Zona Portuária. Em breve teremos, mesmo que de forma incipiente, a inclusão dos sistema do transporte aquaviário e a integração da ciclovia na Terceira Ponte. Em relação aos Portos, temos a privatização do porto de Vitória, com a expectativa do crescimento do comércio. A questão do fluxo de veículos pesados na capital será minimizada com o novo eixo da Rodovia do Contorno, já a prefeitura da Serra investiu de forma estratégica na criação de um viaduto sobre a BR101, na divisa com o município de Vitória. Outro aspecto positivo é que nos próximos anos teremos uma oferta hospitalar regional que dará início a descentralização da demanda do atendimento hospitalar do interior para a Região Metropolitana. Outro aspecto importante é a consolidação do Aeroporto em Vitória e a breve inauguração do aeroporto em Linhares. Todo esse conjunto cria um macrozoneamento de atividades e de investimentos que muitas vezes não se conectam, em especial quando tratamos dos zoneamentos e das conexões urbanas entre municípios.
Sabemos da importância das ações, sabemos também de outras estratégias que vem associadas ao conjunto, como aquelas da segurança pública. São muitas as forças que interagem e estabelecem a conformação urbana. Já na Academia, temos a oportunidade de nos debruçar sobre estudos e conceitos de lugar e experiências em cidades equivalentes em porte e escala. Muitas são vivências consolidadas pelo país e exterior que nos trazem soluções de sucesso. Tratamos do urbanismo, do estudo da paisagem, das conexões em rede dos transportes e das âncoras culturais que enfim, sustentam e valorizam a cidadania. Me ocorre agora de forma clara a importância do Cais das Artes no contexto da Baía de Vitória e sua relação com a cidade de Vila Velha. Ora, tratamos aqui de modo específico das relações, sejam elas de proximidade ou aversão.
Fato que já estamos atrasados em muito no debate dessas relações, a importância das relações do Homem na Região Metropolitana está acima dos limites geográficos sinalizados nas rodovias. Nós habitantes daqui desse lugar merecemos um entendimento qualitativo dos espaços, como por exemplo estudos de urbanização e criação de proteção de áreas verdes em nível metropolitano, dos critérios de macrozoneamento intermunicipal e das consequências do crescimento e da verticalização. Num futuro não muito distante, teremos uma nova ponte de ligação entre Vitória e Cariacica, mas quais serão esses impactos? Também não podemos descartar a necessidade de um novo eixo de ligação com o município da Serra e mesmo com Vila Velha, via o bairro da Glória. Essas propostas deverão ser debatidas entre outras tantas, de forma a criarmos uma expectativa de crescimento e valorização da qualidade de vida.
Que seja pensado em um Seminário, que seja criada uma força tarefa multidisciplinar capitaneada pelo Governo do Estado, mas com a presença dos representantes dos municípios. Devemos pensar em médio e longo prazos, pois é necessário rever e consertar as ações praticadas que não eram certo e propor novas ideias. Uma abordagem maior, em especial das potencialidades sem desmerecer o fluxo de pessoas e o meio-ambiente.