Bom senso, na dose certa e na medida que manda o bom figurino. Esse deve ser o critério das intervenções viárias na Praia do Canto. O bairro assume cada dia mais características importantes no contexto da cidade, com um perfil residencial mesclado com o comércio qualificado.
No bairro você encontra os melhores restaurantes, bares charmosos e opções noturnas variadas. Lá temos padarias aconchegantes, cafés intimistas, boutiques e tudo o que você precisar.
Isso mesmo, é o bairro do parque e das ruas em que as pessoas caminham. O lugar onde elas dão uma passada para tomar um chopp na esquina, para comprar aquele queijo na delicatessen, para degustar o vinho de qualidade ou degustar um chocolate de grife.
Por tudo isso, a Praia do Canto assume papel de bairro sustentável. Lá, você se resolve. Mas também é um bairro de passagem, as vias arteriais da cidade cortam seus limites, transpassam suas camadas, e, queiram ou não os moradores, acabam trazendo problemas impensáveis há duas décadas por exemplo, quando ainda era possível desfrutar uma certa tranquilidade e um bucolismo do qual ficou apenas a nostalgia.
Além do mais, seus atrativos a tornaram destino de toda a gama da população residente a Grande Vitória e dos turistas em geral. Muitos dos hotéis e aparts de Vitoria estão lá, e isso não aconteceu por acaso. O lugar tem uma identidade própria e ainda nos remete às ambiências de outros lugares. Há um pouco de Leblon carioca ou Jardins da Paulicéia, aqui, ali ou acolá.
Há o charme da escala do pedestre em cada esquina, no paisagismo, ao longo dos percursos e nas calçadas quase que cidadãs. E ainda persiste o encontro entre vizinhos, que se conhecem desde sempre naquele referencial ao tempo em que todos os conheciam e todas as famílias tinham laços de parentesco.
Mas também há o transito: o local, o de passagem e o de destino. Faz-se urgente tratar tudo isso com planejamento, seriedade e competência, mas sem esquecer as premissas originais de bairro residencial que cresceu verticalmente em curto espaço de tempo. É necessária uma revisão do projeto viário do bairro, mas não numa concepção pura e simples estabelecidas na cartilha deste ou daquele órgão de trânsito. Faz-se necessário e urgente realizar um estudo mais complexo, mais abrangente. Uma proposta urbanística que ainda favoreça um ou outra vaga de estacionamento, em frente aos edifícios residenciais, que contemple rotatórias menos agressivas sobre as calçadas e um sistema binário eficiente. O bairro, aliás, toda a cidade, precisa de um olhar mais atento e de intervenções conciliadoras capazes de melhorar a qualidade de vida dos moradores e a possibilidade de acolhimento dos visitantes.