A ocupação do território capixaba em áreas de grande beleza natural e potencial turístico é, sem dúvida, o grande desafio da política estadual de desenvolvimento em nossos dias.
A integração das políticas regionais e dos planos de trabalho setorizados será o próximo passo. Qualquer programa de desenvolvimento turístico e ambiental, em nível regional, deverá estar vinculado a uma política coesa de preservação do patrimônio natural e das questões ambientais.
Pontualmente vale identificar a região da Pedra Azul. Com certeza um dos ícones da beleza natural da região serrana capixaba. A potencialidade daquele conjunto servirá certamente como referência para outras tantas propostas urbanísticas, que possam vir a ocorrer em locais de rara beleza cênica.
Muitos condomínios residenciais surgiram na região e a crescente procura por novas áreas de expansão circundam todo o entorno do maciço rochoso e das áreas de mata atlântica remanescentes, próximas ao Parque Estadual da Pedra Azul.
A conformação dos condomínios repete, de maneira geral, a forma tradicional de parcelamento do solo nas áreas urbanas. Esse equívoco projetual acarretará numa interferência paisagística desastrosa. Lotes com dimensões reduzidas em relevos de acentuado aclive e pouca acessibilidade contribuirão ainda mais para a descaracterização daquela paisagem.
Esse fato ainda não é percebido claramente, pois a ocupação dos condomínios se dá de forma incipiente. O crescimento da construção civil está vinculado diretamente à criação dos espaços de convívio. Um centro turístico, comercial e de serviços só poderá ser viabilizado mediante a ação da iniciativa privada. Esse local deverá conter uma série de atividade de lazer e serviços, como bares, restaurantes, locais para shows, estacionamento, farmácias, mini –mercados, etc., atividades capazes garantir a utilização e a permanência. A localização desse Pólo Centralizador é uma questão a ser discutida, mas, com certeza, deverá atender aos públicos local e flutuante.
Surgem aí algumas questões: como gerir a preservação do patrimônio natural e paisagístico? Como garantir a qualidade de vida dos moradores e colonos da região? Como garantir o direito de construir dos proprietários dos lotes, sem maiores agressões ao território? Como estabelecer limites aos novos empreendimentos, mas também incrementar o potencial imobiliário da região?
São essas e outras perguntas que me faço diariamente. A criação do Pólo Centralizador, a cada dia, parece mais inevitável e mesmo necessário. A região da Pedra Azul, por todos os motivos, exerce sobre aqueles que a conhecem um enorme fascínio e admiração.
Cabe ao Poder Público estadual, consonante com a Prefeitura de Domingos Martins, empresários da construção civil e comunidade organizada, criarem mecanismos e metas de um planejamento urbano modelo para o Estado e, porque não dizer, para o país.